segunda-feira, 19 de maio de 2025

2018

 Texto que achei no meu caderno de gatinhos do pintor Carlos Páez Vilaró, comprado no Uruguai. Cartinha escrita em 2018.


Espero que, algum dia, alguém te entregue isso. Acho justo você me conhecer mais também. Às vezes, acabo ficando mais calado; às vezes, as palavras me travam, e eu continuo a me estressar com elas saindo erradas da minha boca. Como você, em algum momento, me escreveu: é dicotômico, sim, mas não quero fazer nenhum estudo sobre isso — aposto que alguém em mim fará. Eu estou aqui. Adoro laranja, correr na areia da praia, regatas, bandanas, e odeio camarão. Não sei o que sentir sobre isso não ser constante. Não sou um mentiroso — mas aposto que, amanhã, eu comeria um prato de camarão contigo e diria que está ótimo! Tudo bem. Ao contrário de muitas que sou, não me agonia estar aqui. Sei que sou útil para muitas coisas. Gosto de escrever e sair de casa — quem sabe até fugir! Mas me agonia, até certo ponto, meu nome escondido atrás de uma cortina vermelha. Mas tudo bem. Digo de novo, e pra mim mesmo/mesma: não estou por aqui sempre, mas, quando estou, aproveito imensamente o que posso. É o que sempre fiz. Quem sabe, algum dia, eu aprenda a tocar violão e te escreva uma música! Na minha cabeça, eu já teria feito isso há muito tempo. Coloquei "Frevo por Acaso" na sua playlist para que se lembre bem de mim e do meu nome. Como outra música dele diz: tô por aí! Ao contrário de "De Passagem", não estou — mas todo o restante da letra eu dedico a você! Sinto que já já me vou, e há tanto a ser feito! 

Com carinho, 

Cícero

Nenhum comentário:

Postar um comentário