Texto que achei no meu caderno de gatinhos do pintor Carlos Páez Vilaró, comprado no Uruguai. Textinho escrito em 2018, bem divagando poraí numa viagem.
Ontem, de madrugada, sonhei que não haviam casas, só o preto e o vermelho. Eu vi! Vi sim. Por entre todos os sonhos, de todos. A floresta obscura, várias árvores, curvaturas e os cervos confundidos com galhos. A metáfora do acordar, uma bala bem ao centro da cara, isso tudo enquanto o coelho do relógio corre como um doido! Uma cadeira no centro da sala branca, sem portas, sem janelas - a luz pisca. Sem saída? Sim.
Agora, acorde no centro da rua - céu roxo das 3h da manhã. A coruja espia-te e você inventa de acreditar no gato do fim da rua, sentado na grade de uma casa amarela. Nunca fui de gostar muito de amarelo.
Se transporte então para dentro da sua geladeira! Onde o resto dos seus sonhos estão, agora todos cobertos de poeira! Sufocante e congelante - ali está você. Saia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário