quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Lie to me

The heavy white wall
of disguise
is the barrier
between us.

we lie, we pretend
thinking that
the fire
won't burn,
won't raise.

but, unfortenelly,
we never lurn.
when we once again
lie to ourselves,
the flame
feeds on it,
getting stronger

as the more the
damage grows,
it will makes
incriasiling difficult
to efface the flame

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Sobrou 
sobrou no prato 
o resto 
de um fim 
cármico. 

Sobrou
sobrou ao lado da sua xícara
de café bem quente
dois barbitúricos
não os toma. 

Sobrou 
sobrou uma parte 
de nós
pichado lá naquele beco
fechado
sem entrada
sem saída 

Sobrou
sobrou os lábios quentes 
preparados,
prontos para o toque 
de outra boca
que não chega 
a tempo

Sobrou 
sobrou, ficou de lado 
escondido de baixo
do seu cobertor 

 Inspirado no poema "Sobrou" de Jean Boechat





domingo, 10 de setembro de 2017

Jack e Margareth - Conto 4

Jack estava sentado na cadeira perto da cozinha, se é que aquilo poderia ser chamado de cozinha... a geladeira, que já nem funciona mais, estava cheia de livros velhos de Margareth. As prateleiras, por outro lado, cheias dos mais diversos utensílios, novíssimos e caros. Aposto que nenhum deles foi usado naquela casa e muito menos seriam utilizados. Mas graças a eles a cozinha ainda poderia ser chamada de cozinha.
Mas não pense que a casa toda é assim, Margareth tenta deixar o resto dos cômodos impecáveis, os quadros foram todos bem selecionados pelos seus olhos críticos, os papéis de parede também, nenhuma parede branca foi a única exigência de Jack. A casa tem dois andares, em cima temos o quarto de Jack, que esse sim é uma bagunça ordinária, e um outro quarto de visitas. Embaixo, uma sala pequena, uma cozinha e o misterioso quarto de Margareth. Esse mistério já rendeu uns bons poemas, Jack nunca entrou lá, ainda...
Bem, fiquem a vontade, li em algum lugar que ''o que faz o lugar ser bom são as pessoas'', acho que foi em um biscoito da sorte Chinês ou algo assim.
São exatamente 6 horas da manhã e Jack tenta terminar o seu texto. Margareth acabara de se arrumar, sua rotina na semana é sempre a mesma: acorda 5:00 da manhã, levanta-se e toma uma ducha, abre as cortinas, escolhe sua roupa e em seguida prepara um café bem forte. Algo que nunca falta naquela casa são os cigarros e whisky de Jack e o pó de café.
Margareth passa pela sala, nota que seu quadro preferido está um pouco torto, uma pintura formidável inspirada nas bailarinas azuis de Edgar Degas. Após arruma-lo vai para a cozinha e começa a fazer seu café.
Antes mesmo de Margareth dar bom-dia ela é cortada por Jack:
J: Ouça isso aqui, por favor. Senta aí.
M: Quem diria você precisando da minha ajuda.
J: Começa mais o menos assim: A língua passa pelo licor, entre as cerejas e o vinho...'', preciso de mais sabor... mais uma pitada de sabor?
M: Tente um pouco de vermelho agora, isso sim tem sabor.
J: Ok, ''E entre seus lábios a minha própria sina, em vermelho sangue''. O que acha?
M: Ao fim coloque algo fora de si...
J: Que tal ''Um êxtase sublime pelo corpo inteiro''
M: Está indo bem com esse poema, conseguiu dormir essa noite?
J: Espere, espere. Agora sim estou quase acabando.
M: Com esse cheiro de whisky que senti já pude me responder...
Margareth coloca uma xícara ao lado de Jack e enche de café. São agora 6:30 e ela não pode se atrasar para o trabalho. Todas as manhãs, das 7 horas até às 15:30 da tarde, Margareth se prende aos números, trabalha na consultoria de estatística mais importante da cidade. Ela bebe seu café e vai em direção a porta:
- Até mais tarde, Jack. Quando acabar o poema não esqueça de me mostrar.
- Espere!
Na hora que ela coloca o pé para fora de casa, Jack pucha seu braço e entrega o texto, pronto. Margareth traga cada palavra e da um sorriso. Isso é música para seus ouvidos. Quando ela olha de volta para dentro de casa, Jack já havia sumido, provavelmente para seu quarto no andar de cima. Se tem algo que realmente pode salvar alguém em uma manhã cinzenta são a palavras de Jack, escolhidas a dedo em busca de efervescência. Dessa vez seu poema estava embrulhado em um papel de carta, ''para Margareth'' escrito bem em cima.
 - ''Eu olharia nos seus olhos até que a eternidade nos devorasse''.
Ela lê em voz alta a última frase, olhando suavemente para a rua. Tranca a porta e sai em direção ao metrô com a carta em suas mãos.

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Margareth e Jack - Conto 3

São 8:00 da noite e lá estão Jack e Margareth no sofá da sala.
- Como pode, Margareth, como pode?
- O que foi dessa vez, Jack?
- Essa merda desse cara na televisão fazendo mágica com compostos químicos ou sei lá o que isso é.
- E o que tem? Achei muito legal, você viu um episódio em que ele joga uns líquidos em um balde e do nada explode uma névoa de gelo? Achei fantástico...
- Ah, claro! Um gênio mesmo, daqui a pouco joga tinta em um copo com água e diz que ela magicamente mudou de cor.
- Ora, Jack, larga de bancar um velho idiota. Pelo menos reconheça que o cara é incrível, eu nunca conseguiria fazer o que ele faz.
- Claro que não faria, você nem deve saber o básico de química, muito menos sobre o que é uma molécula de serotonina ou dopamina.
- Olha, serotonina regula o apetite e dopami...
- FODA-SE. A questão é que um cara desse é um Químico e só, é claro que ele sabe fazer essas misturas de bosta, isso não é mágica.
- Okok, Jack, então você tem preferencias por coelhos saindo da cartola... Corta essa, o cara é super famoso, enquanto você resmunga no sofá de uma casa caindo aos pedaços, ele está lá, faturando milhões de reais com a famosa ''química de bosta'' dele. Se você se acha tão bom, então porque não está lá no lugar dele?
Jack levanta-se do sofá, acende um cigarro e prepara seu olhar zombador.
- Me poupe, querida. Eu sou um artista de altíssima qualidade, nunca me submeteria a isso. Estar em um palco de um programa com um bando de olhares fúteis de alienados febris... A fama não é tudo isso, e é claro, só não estou lá porque não quero!
- Ah mas claro! Um baita de um mágico artista mesmo, espero que seu próximo truque consiga magicamente pagar o aluguel.
E assim, Margareth levanta-se em direção ao seu quarto, bate a porta e coloca seu ponto final. Logo em seguida Jack enche seu copo de whisky e então resmunga para a Lua fora da janela:
- Amadora...



domingo, 3 de setembro de 2017

Pronomes Pessoais 2016

Minha estratosfera sem fim.
Minha questão mal resolvida.
Meu amor cármico.
Minha paixão efervescente.
Meu sentimento indomável.
Meu sonho improvável.
Meu 
       movimento  
                         inconstante.
Meu limite estressante.
Minha paixão, novamente, crescente. (Crescente?)
Minha incógnita esquecida.
Meu desejo inquieto.
Meu labirinto secreto.
Secreto? Então acha-me.

Suas flores

Você sempre desenhava flores
Lembro delas em todos os lugares
Nos meus cadernos, livros.
Em sua mesa e no seu corpo.
Nas minhas paredes brancas
e no meu amor.
Nos seus sonhos e desejos.
Acredite, depois de tanto tempo
Elas ainda florescem e aparecem
Por aqui.

Speak of the Devil

She has a dark, dark hair
And an elegant cat walk
Her eyes are black turmalines
And her lipstick bloody red

In the depth of the night
Silently waiting for you
To leave you breathless 
And devour your soul

Her words are poison
Which spreads all over her body
She's a cocktail of insanity
And you just another that will fall for it

Her deadly lies will haunt you
While she laughs in ecstasy

She has horns like the Devil
And now 
She's coming for you