segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

29/06/2020

 Às vezes gosto de desenhar e escrever quando me sinto desconectada de mim mesma e do que me cerca, quando assim consigo levantar o pulso com grafite na mão. A surpresa de visualizar com outros olhares algo que produzi cativa-me, mesmo que este conteúdo outrora me seja de pouco agrado e angustia-me até as pontas de meus cabelos! Posso eu ter romantizado coisas demais, que assim não deviam, durante esses poucos anos que sinto que o grafite nunca fugiu de mim? Talvez. Mas minha cabeça nunca fugiu da minha escrita. Sei que ao falar de algo traumático uso bem dos eufemismos certos para dizer o que me assusta e te morde por trás dos olhos, então nessa hora, te agrado com minha leitura. Posso eu, aqui e agora, desconectada, talvez saber quem sou? A voz da minha cabeça me incomoda demais por estar tão fina. Não está certo! Tic- tac tic tac! Agora de volta em minhas bagunças mentais, quem perderia tempo de entender minha letra? E eu que já perdi tempo demais em sonhos de escritor e aqui estou como se eu nunca tivesse mudado! Como se essas folhas na parede ainda tivessem um pouco de mim! Então, talvez tenham e minha escrita continua a pecar bastante. Margareth e Jack continuam como um retrato de quem sou e posso ser em minha cabeça? Sinto falta de minhas paredes brancas, fumaça de cigarro no quarto e os sonhos com taças cheias de vinho tinto. As metáforas ainda me constituem e meu sobrenome combina com minhas rimas fajutas! Aqui vou-me embora, nos encontramos em alguma folha pautada que tiver!