segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Sobrou 
sobrou no prato 
o resto 
de um fim 
cármico. 

Sobrou
sobrou ao lado da sua xícara
de café bem quente
dois barbitúricos
não os toma. 

Sobrou 
sobrou uma parte 
de nós
pichado lá naquele beco
fechado
sem entrada
sem saída 

Sobrou
sobrou os lábios quentes 
preparados,
prontos para o toque 
de outra boca
que não chega 
a tempo

Sobrou 
sobrou, ficou de lado 
escondido de baixo
do seu cobertor 

 Inspirado no poema "Sobrou" de Jean Boechat





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