That’s what I say, man
While smoking a cigarette.
I see paper girls
That with no fear in eyes
Runs with the monsters
Under the red blooded sea
I see paper girls
That play with fire
And follow their dreams
I see, man,
They will go further than you
segunda-feira, 8 de janeiro de 2018
terça-feira, 2 de janeiro de 2018
Eremita
São 21:00 e eu observo tudo
No restaurante vazio, coisa rara
Então aproveito bem
Sentado na mesa de fora
Com meu cigarro na boca
E o sereno à minha cabeça
Bom, para começar
Estou sim, sentado aqui sozinho
Mas não, não pense nada de mim!
Não fui um homem bem sucedido na vida, é o que eles dizem por aí
Nunca fui de mexer com dinheiro - a burguesia lascante nunca me teve por completo! Não por completo!
Eu sou um escritor, mas não muito conhecido, anônimo
Escrevo o que veem e não observam
Escrevo sobre você, você aí, você mesmo!
Escrevo sobre o que engravatados escondem
Escrevo sobre tudo o que querem dizer e são pagados para não dizerem
É assim que vivo
Escrevo
Ah! E rio muito, sim! Surpreso?
Eu vivo muito, muito bem, meu senhor
Sou um apreciador, um crítico nato da arte!
Isso envolve música! Pinturas!
E claro, os sorrisos mais belos que esbarro por aí!
Mas se me perguntas se tenho como provar, com o meu nome no jornal ou em um papel qualquer, o quão bom sou nessa área
Você então será enganado
Vivo sem isso, eu vivo o instante
É essa a minha especialização
Escrevo enquanto você dorme
Escrevo enquanto você rouba
Escrevo enquanto o tempo passa e finjo
me encontrar nesse mundo imenso e assustador
Escrevo o real cru, mas nunca, nunca finjo
Vocês todos escondem-se dentro de si
Fingem, fingem aproveitar o tempo, se abarrotando de informações inúteis a todo tempo, sem descanso algum
Fingem serem felizes, garimpam ouro do chão como se cada brilho da matéria fosse se tornar sonhos concluídos
Eu não. Ah! Não tenho tempo para isso
Eu vivo o agora, de olho em cada detalhe
Tenho isso tudo que vês, caminho com o tempo
“A vida é uma ilusão! Aprenda isso e saberá como viver bem em meio aos cegos pela materialidade de tudo!” - dizia o meu velho
Aprendi bem
Mas não sou desregrado, não pense assim de mim, não sou um vagabundo!
Eu sou mesmo é um amante! Amante da vida, amante do que ainda resta de bom nesse mundo
Você consegue ver agora?
Espere, espere mais um pouco, já que meu leu até aqui, sente-se mais um pouco
Ouça, isso é o som do silêncio da noite
Ouça, isso agora é o som do casal que está sentado bem ali ao lado, risadas
Ouça, isso é o som de um morcego
Ouça, preste atenção em tudo, pelo menos agora
Isso é um poema que só pode ser lido
Por você
Bom, qual o meu objetivo aqui?
Viver, é claro! Quem sabe também adicionar palavras mais doces na vida dessas pessoas amargas...
Porém, o meu objetivo principal
É escrever para pessoas como você
Obrigado por ter me dado
A sua incrível companhia.
Notas da autora:
Não me recordo do contexto que escrevi esse texto. Provavelmente eu me divertindo pensando como seria se eu fosse o Mário dos meus contos ou, quem sabe, um outro escritor bem arrogante desses. Lembro que quando eu era adolescente eu quis muito escrever um texto sobre um jantar em que o leitor pudesse participar da experiência. Depois de um tempo, escrevi vários desses textinhos com temática de um jantar à noite em um restaurante em que o leitor pudesse se sentar "comigo" (seja quem eu invento ser) ou pudesse ver, com os meus olhos, o que há nesse jantar. Acredito que esse textinho aqui seja um desses dessa coleção - esse é um dos que menos gosto e vi que estava escondido nos rascunhos desse blog e hoje 18/5/25 to postando novamente.
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