sábado, 24 de outubro de 2020

para lua


bebendo em qualquer banheiro ou sala com alguma janela bem mais alta do que eu, já que me encontro no chão que já não parece ter mais fim. sento-me aqui sozinha, como costumo geralmente estar, a não ser que alguém me tire a bebida e me ponha a dormir a força, muitas vezes já inconsciente de mim mesma. as palavras me descem fácil pelas notas, metáforas não me fazem melhor e o que escrevo pode ser s-o-l-e-t-r-a-d-o. já não sei mais meu ponto ao escrever, apesar de que todas as letras parecem estar aqui a pedir para serem escritas. um ombro amigo, longe. uma garrafa a borbulhar, sempre perto, os barbitúricos? não os toma! que nem o poema já escrito por mim algum tempo atrás. meu reflexo? não o reconheço, então não o olho. escondo-me de mim e vejo-me pelo reflexo dos ladrilhos à direita. as paredes tão firmes e cheias de ranhuras que posso socá-las até que me sinta aqui. sinto-me e digo a mim mesma, sempre vou estar ao seu lado mesmo que não estejas ao meu, por aqui as letras de um belo cantor sempre me deixam bem e as ruas de roma não gritam, mas são intervencionistas quando algum morador dela sofre, é roubada a casa. esse texto nada mais é que um abraço em um satélite tão distante que tanto faz questão deu ser um Plutão em seu sistema solar. não peço alguma resposta, apenas observo de longe o brilho, que daqui não tão longe está. é verdade, não sou a melhor por aqui, mas nunca duvidei de nada e nenhuma que sou. amo você, fique bem. 


com todo o carinho que conheço,

alice

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