O nevoeiro de Charles
E as pulgas no sofá velho de Kerouac
Todos loucos boêmios
Em que quanto mais risco
mais saboroso tudo se tornava
Cigarros, cartas e corridas de cavalo
Apostas, cervejas geladas e o frio na barriga estridente
Os carros em alta velocidade, os amores efêmeros
e o suicídio cometido a três
lápis e papel e mão
O mar escuro de versos e ironias
Sorrindo, de forma cínica,
desesperados
com o afogamento
Embebedados por tudo:
Pela América prostituta de 150 quilos,
Pelas orgias
Pelo êxtase insaciável exteriorizado em cada palavra, cada ponto,
batido a maquina de escrever
Pela Califórnia, Nova Jersey, Kansas, de navio até a África e por fim, O Paraíso, O Inferno.
Pela jornada sem fim em busca do prazer
em busca de linhas ritmadas em alucinógenos
Por alter egos misantrópicos que vivem de mulher em mulher
Pela jornada sem fim enquanto a pantera negra
se desloca até você
e sua cama
Por uivos erógenos
E as famigeradas mesas de bar
Sim, embebedados por tudo,
até que a contínua embriagues, sedenta
torna-se sangue, hemorragia.
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