Cortinas fechadas, grade na janela
Um silêncio em meio aos lençóis
Que é cortado por um som fraquíssimo
Só eu posso ouvir
Acima da minha cabeça há uma lâmpada
E, mesmo estando tudo fosco
Pude notá-la por ser mais soturna e extensa
Foi tudo tão rápido
Sua teia agora cobre quase todo o teto
E ela desce, vagarosamente,
Pelos tecidos
Seu olhar rúbeo
Suas patas afiladas, quase a me tocar
Porém, não tocam
E apenas suas presas que não pude enxergar com clareza
Em meio a esse tempo de dúvida, ela se aproximava
Pisco meus olhos com força
Em um ato lépido de martírio
Três vezes
E ela some
Pergunto-me agora
Quando voltará?
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