Ela me traz lápis, papel, paciência e palavras simples
Tudo o que preciso para juntar
Com o que é mais real de mim:
Pilastras ocas, anfetaminas, concretos e ácidos do estômago.
Se encaixam, soa perfeito.
E é assim,
ela sempre diz para que
eu faça um bom uso de tudo,
cada situação,
cada lágrima,
cada ponto solto na rua
em que tropeço.
E é assim,
da sua boca saem sonhos,
pureza, leveza.
E eu só rio
quando ela vira atriz,
inventa que seu nome é Lyla
e faz de qualquer lugar
um grande teatro.
E é assim,
que devoro toda essa inspiração,
tudo o que eu noto nela,
essencialmente nela.
E é assim,
que ela se desmancha em curiosidade
afinal, o que é que está tão escondido, atrás de 7 chaves de ouro?
Fico boquiaberto quando
ela solta da própria gramática mental
as mais diversas hipóteses e pronomes sobre esse caos.
E é assim,
que ela, ao final,
me deixa escrito
bem na janela, no vidro,
que mal pode esperar
o próximo furacão
que preencherá paredes brancas.
E é assim,
acordo no ônibus, perdido,
olhando para os lados
até que me paraliso ao escutar
o sussurro do fantasma que não existe:
“E é assim, espero vê-lo novamente em breve”
Nenhum comentário:
Postar um comentário