sobrou no prato
o resto
de um fim
cármico.
Sobrou
sobrou ao lado da sua xícara
de café bem quente
dois barbitúricos
não os toma.
Sobrou
sobrou uma parte
de nós
pichado lá naquele beco
fechado
sem entrada
sem saída
Sobrou
sobrou os lábios quentes
preparados,
prontos para o toque
de outra boca
que não chega
a tempo
Sobrou
sobrou, ficou de lado
escondido de baixo
do seu cobertor
Inspirado no poema "Sobrou" de Jean Boechat
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