Caramba, dessa vez devo ter me perdido de vez mesmo.
Lendo livro de antropologia aqui em cima, no segundo andar da casa. Morri de nervoso agora pouco e não tive coragem de terminar de fumar o tabaco no banheiro do quarto. Pensando na cara de pau que eu tinha em subir e fumar um maço inteiro de cigarro quando era menor, sem medo algum de ser descoberta. Agora tão longe isso que nem me lembro mais se eu fumava ele inteiro mesmo ou se é conversa fiada e repetida que virou verdade. Bom, devia ser mesmo Marlboro gold ou aquele vermelho, da no mesmo. Claro que naquela época não dava.
Me perdi pq agora sou medrosa, como pode né isso? Sentada agora ao lado do único gerbil que me sobrou nessa casa, ironicamente o único que não acho que goste de mim. E eu sem vontade de ler outros livros por nervoso de lembrar que crio histórias enquanto leio e isso me demora mais pra ler. Não quero dor de cabeça. Acho também que não quero mesmo é enfrentar o tanto que deixei pra trás que queria ter colocado no papel. Aquela coisa, sabe, eu queria mesmo ou me enfiei num túnel besta, em que as paredes brancas tão é me assustando mas não faço nada pra pintar. Eita metáfora tonta pro óbvio. Tø longe da escrita, é isso mesmo. E pior que isso acabou é virando metalinguagem, né? Não era a intenção, na realidade o que eu fico criando é história, crônica e um mundo particular.
Achei que ia parar por aqui, mas isso de medrosa me remeteu outras lembranças, como quando minha melhor amiga me levou pra uma aventura de noite e eu quis foi arregar. Quis ir embora, e ela se pôs a rir, que antes eu não faria isso. Realmente. Agora lembrando da minha interlocutora de pesquisa, Helena, me falando da sua vida, quando um dia era punk e tinha 20 anos pela cidade de Brasília cheia de rock. Ela me disse que jurava que não ia morrer nunca. Me lembro quando ela me contou também da - agora falecida - irmã, que quando viva, perto de morrer, gritava na cama que não queria ir embora de jeito nenhum. E foi. Que coisa, escrevo isso tudo mas na realidade o que suspeito é que to medrosa e a morte é a resposta! A culpada! Ê, sai pra lá ein.
Bom, é isso. Preciso compartilhar pra esse mundo particular existir e continuar existindo por aí fora da minha cachola. Vou ver o que posso fazer. Vamos ver.